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Foto do escritorGustavo Candiota

Copom corta juros em 0.75%, e o câmbio agradece


Entenda porque o corte agressivo na Selic era fundamental e benéfico não só para o mercado de câmbio mas para a economia brasileira como um todo. Com a redução de 75 pontos, agora o Brasil está com juros de 13% a.a. Ainda um dos maiores do mundo, mas em queda.

O país está em profunda recessão, amargando 7% de queda de PIB em 2 anos. Uma façanha superada - negativamente - apenas pela Venezuela, que entrou em colapso. Um feito e tanto para nunca nos orgulharmos. Mesmo assim, diferente do que seria o normal para um país em retração econômica, estávamos com altos índices de inflação. Como pode?

Foi um período de estagflação.

Mas o que seria estagflação e porque foi tão grave termos passado por ela? É uma combinação de alta taxa de desemprego com inflação alta, o que caracteriza forte recessão no país que a enfrenta. É mais raro, pois geralmente os países capitalistas passam ou por inflação (preços altos, alto consumo), ou deflação (preços baixos, baixo consumo). Ocorre que, nestes dois últimos, as autoridades monetárias têm mecanismos mais simples para atuar e resolver o problema, sendo que no primeiro pode aumentar os juros para a população parar de consumir e começar a poupar - puxando a inflação pra baixo - e no segundo pode cortar os juros para a população voltar a consumir e assim empurrar a inflação pra cima.

O problema é que na estagflação, o governo fica em um dilema: o PIB está negativo, a economia parou. ninguem está consumindo e a inflação continua muito alta. O que fazer? 1) Aumento os juros para conter a inflação e pioro ainda mais a atividade econômica ou 2) Baixo os juros para retomar o crescimento, gerar empregos, que geram renda e consumo, que consequentemente podem aumentar ainda mais a inflação? Difícil escolha, não?

Mas a idéia neste post não é aprofundar tão tecnicamente as definições e soluções para o problema da estagflação. O que é fato é que o Governo Temer está conseguindo superar este momento. Lentamente, e a duras penas, mas está. Findamos 2016 com a inflação dentro do teto da meta e o desemprego parou de cair. Aos poucos os empresarios estão ficando menos receosos e voltando a investir, o que melhora o PIB. Com atividade e inflação controlada, abre espaço para corte de juros, o que incentiva mais investimento das empresas, e assim entramos em um círculo virtuoso.

Bom para quem viaja ao exterior. Economia forte faz a moeda local ficar forte e desvaloriza as estrangeiras, ou seja, o dólar cai. Em resumo: se a taxa selic continuar caindo nas próximas reuniões do Copom, podemos continuar vendo o câmbio favorecer o turismo de brasileiros no exterior principalmente se, somado a isso, tambem observarmos fatores como: a) valorização de commodities; b) ajuste fiscal avançar; c) China seguir retomando seu PIB com força; d) Donald Trump iniciar seu governo de maneira responsável, sem loucuras.

Tenham todos um bom fim de semana!

Att

Gustavo Candiota

Diretor GC Prime Câmbio Inteligente

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