Todas as agências de turismo vendem, profissionais de câmbio vendem, portais de internet vendem, Corretoras, Portais multi-plataforma, até analistas de investimento vendem, qualquer um vende. Mas... eles sabem o que estão vendendo? Será que se preocupam com o passageiro? Geralmente não. Exceto agências especializadas.
"Ta, mas o meu cartão de crédito Master-Black-Platinum-Safira-Ruby-Diamante já tem um excelente seguro, basta eu ter comprado a passagem aérea com ele e estou coberto. Nem preciso ler este texto." Precisa sim... leia!
Por quê? Vamos explicar.
Primeiro: De nada adianta a apólice dizer que você tem 50 mil dólares ou 1 milhão de dólares para gastos médicos se, ao acionar, as dificuldades começam a aparecer. E aonde elas começam aparecer? As vezes até antes do seu embarque, quando a pessoa que vendeu - ou seu cartão de crédito - não explicaram qual a maneira correta de acionar o serviço ou não explicaram o que está coberto e o que não está.
Segundo: existe uma verdadeira guerra de preços e argumentação entre as seguradoras e seus correspondentes para vender um produto que é fácil e rentável. Justamente por ser rentável é que existem milhares e milhares de empresas oferecendo e a guerra de preços. Os agentes envolvidos possuem bastante margem para apertar e alguns fazem qualquer negócio para não perder o cliente.
Existe algo de errado nisso? Pela lei de mercado, não. Todas as empresas tem o direito, desde que não burlem regras específicas de seu setor, conselhos ou autarquias, a mexer em seus preços para conquistar o cliente. Mas quando chega ao ponto de ignorar a necessidade do viajante, não questionar seu perfil e histórico médico, não prepará-lo para a correta maneira de utilizar a assistência, e apenas aviltar preços para conquistá-lo, aí sim, é errado. Muito errado. Mais ainda se o vendedor está oferecendo um serviço onde não tem absolutamente nenhum conhecimento. E acreditem, isto é muito comum.
Como a emissão de um seguro viagem - ou assistência em viagem - é muito fácil, onde basta coletar os dados pessoais do passageiro, os dados do cartão de crédito, lançar no sistema e enviar o voucher por email, todo mundo quer vender. Melhor ainda porque, estatisticamente falando, 99% dos contratantes, em bom estado de saúde, nem sequer usam. Os clientes - precavidos - contratam por segurança. Ou seja, estamos falando de algo fácil de vender e sem praticamente nenhuma necessidade de suporte.
Aposto que até você, que está lendo este post, agora ficou com vontade de vender seguro viagem. Não? Basta ter um CNPJ e se cadastrar na seguradora que oferecer a maior comissão. Certo? ERRADO! O principal é que você entenda do assunto. Saiba fazer análise de risco para vender o plano correto ao cliente e, principalmente, tenha experiência com acionamentos, na hora que o passageiro precisar, quando estiver no exterior desesperado necessitando atendimento médico ou com seu vôo cancelado e uma reunião importante de negócios no dia seguinte. Estes são os 1%. E tenha certeza, uma hora eles vão aparecer. Aí é que separamos o joio do trigo. Acreditem, tem até pessoas físicas vendendo seguro viagem (sem CNPJ). Muitas assistências aceitam, não emitem nota fiscal. É um vale-tudo.
Portanto... analise bem as opções antes de emitir seu seguro. Fazer pesquisa para comparar cotações é muito importante, mas não compre de qualquer um, não compare apenas preço final. Não compre de quem está apenas querendo complementar o faturamento da empresa. Peça referências de quem já acionou a assistência, verifique o curriculum do profissional envolvido. Se já conduziu grupos ao exterior, por exemplo. Fique atento: muitos estão vendendo assistência com o slogan "Não embarque sem seguro! Viaje tranquilo com sua família". E podem ser justamente estas empresas que vão lhe dar dor-de-cabeça e tirar a tranquilidade de suas férias, pois venderam um plano errado e vão se omitir na hora do acionamento por pura falta de conhecimento. Ou por má-vontade mesmo.
Lembre-se: comprar seguro não é que nem comprar moeda, onde o produto é idêntico em todas as casas de câmbio. Cada apólice é diferente. Cada seguradora é diferente.
Emita o seu apenas com quem possui experiência na condução de grupos ao exterior e acionamentos in loco, acompanhando o passageiro no atendimento e burocracia de pagamentos.
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Safe travels!