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Para especialista em investimentos, dólar pode chegar a R$ 4 em 2018


Para José Augusto Albino, Sócio da CRP Participações, empresa com mais de R$ 300 milhões sob gestão, a fuga de capital do Brasil para os EUA está cada vez maior. Entenda o que está acontecendo!

Até onde vai a escalada da moeda norte-americana? Ninguém sabe ao certo. Mas a opinião de especialistas nestas horas é importante para entendermos o momento sob pontos de vista específicos de sua área de atuação. Albino afirma que a desvalorização do Real vai continuar enquanto fizer mais sentido para investidores financeiros preferirem colocar seus recursos em outros países, retirando dinheiro do Brasil, gerando um desequilíbrio de oferta e demanda entre Dólar x Real. O motivo desta corrida de dólares para os EUA é simples: os investidores preferem aplicações praticamente sem risco em títulos do governo americano, que já rendem 3% a.a. (Bonds de 10 anos), em detrimento de oportunidades semelhantes no Brasil, país com maior risco, de 6% a.a. devido à taxa de juros Selic mais baixa da história.

Na visão do empresário, este movimento deve se manter ao longo dos próximos meses, e explica: “diferentemente de momentos de crise, quando existe muita volatilidade para cima e para baixo, em casos como este a saída de dólares e a consequente valorização ocorre de forma gradual, mas constante, uma vez que os saques acontecem na data de vencimento dos títulos comprados há 2 ou 3 anos atrás. No auge da crise Dilma, o governo e as empresas emitiram dívidas pré fixadas rendendo, em muitos casos, mais de 17% ao ano, que estão vencendo agora. Quando o investidor percebe que uma aplicação que rendia 17, 18, 20% será reaplicada a uma taxa de 6%, ele prefere mandar o dinheiro pra os EUA, ou até mesmo para outros mercados emergentes como Peru, Turquia, México e outros.”

Consequência deste comportamento? Câmbio cada vez mais alto aqui no Brasil. Não apenas pelo motivo do tópico deste post, mas também por questões domésticas como Investimento ainda muito baixo, desequilíbrio fiscal, desemprego crescente, ratings de agências internacionais sem perspectiva de melhora, campo político conturbado, etc. Enfim, quase uma "tempestade perfeita". Ainda podemos contar com intervenções do Banco Central, mas algo de pouca efetividade se o fluxo de capital for muito forte. Apesar do alto volume de reservas disponível, o perfil da atual gestão do Banco Central e da Fazenda é de preferência pelo livre mercado, devendo utilizar intervenções no dólar somente em casos de emergência ou como sinalizações para o mercado, conforme aconteceu na última semana.

Voltamos a pergunta inicial: até onde pode ir este movimento? Quando o mercado entender que juros de 6% são compatíveis com o risco (de calote e de inflação) do Brasil, e isso é diretamente dependente do ajuste fiscal do governo, retomada do crescimento e a aprovação das reformas. Naturalmente, o mercado gosta de antecipar os movimentos macro econômicos, e a sinalização de estabilidade política junto com uma maior definição eleitoral para um candidato pró mercado, podem ajudar a frear este valorização. Porém, dentro do contexto atual e a previsão de uma disputa acirrada nas urnas, isso não deve ocorrer antes de 28 de outubro, data do segundo turno da eleição presidencial.

Agradecemos ao Executivo José Augusto Albino pela valiosa contribuição ao Blog do Câmbio

Att

Gustavo Candiota

Diretor GC Prime Câmbio Inteligente

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