Com o ano quase findado, as expectativas para 2019 aumentam, principalmente com governo novo e com um viés ideológico tão oposto ao anterior. Sinal de fortes mudanças. Esperamos que para melhor! Ainda assim, a maioria de nossos leitores sempre deseja uma previsão ou pelo menos opinião para o curto prazo. E quando falamos de curto, é curtíssimo. Até para a mesma semana. Recebemos perguntas como:
Até o final do ano o dólar pode cair?
Compro dólar ou espero a virada?
A última semana do ano tem alguma vantagem?
Embarco sábado. Compro hoje ou espero até sexta?
Amigos, infelizmente estas perguntas não possuem respostas exatas, pelo menos quando perguntadas a pessoas sérias. Não há como antecipar com exatidão nenhum movimento, apenas estimar possibilidades de tendências.
Dito isto, vamos à nossa opinião sobre o que ainda se especula para as duas últimas semanas de 2018 em relação à paridade dólar-real: Acreditamos que a chance de o câmbio cair é muito pequena. Graficamente o dólar desacelerou sua valorização se considerarmos os últimos 3 meses, mas é possível constatar que a tendência de alta continua. De maneira mais branda, mas continua. Veja abaixo.
Fechamento do câmbio comercial em 18/12. Gráfico: Investing.com
Observe que nos últimos dias temos o preço da moeda norte-americana nivelada pela linha preta, fechando na data deste post (comercial) a R$ 3.91. Ou seja, o o câmbio está "de lado" neste momento, mas para cima se olharmos desde outubro. O baixo volume que costumeiramente se tem entre Natal e ano novo, deve manter o gráfico praticamente sem alterações relevantes até 31/12 exceto se um fato muito relevante surpreender o mercado. [Adendo de 20/12/2018: um fato relevante aconteceu em 19/12. O ex-presidente Lula ficou muito perto de ser solto, mas o presidente do STF derrubou a decisão de seu colega Marco Aurelio de Mello, que visava liberar todos os presos em 2a instância. Isto trouxe volatilidade de curto prazo e uma queda interessante ocorreu após encerrado o tumulto, potencialisado por novas quedas do Petróleo e chance de "shutdown" no governo americano.]
Saindo do gráfico e pensando em fundamentos, também não enxergamos muitas notícias ou fatos positivos para mudar o cenário tão logo. Motivos: juros americanos não estão com perspectiva de queda, petróleo está em queda, reforma da previdência no Brasil está longe de acontecer e consequentemente a melhora nas contas públicas também. Muito menos se considerarmos que só temos mais 6 dias úteis neste ano. Pouca coisa deve acontecer. Em resumo: não fique muito esperançoso se sua viagem é antes do reveillon. Pare de sofrer e faça seu câmbio.
Por outro lado, os primeiros meses de Bolsonaro no Palácio do Planalto devem, aí sim, ditar novos rumos para as moedas, e mais volatilidade deve ser sentida. Por enquanto temos apenas planos, montagem de ministérios, não ações concretas. Mas ao começar a agir, investidores internacionais podem passar a olhar diferente para nós e apostar (sim, por enquanto apostar) que temos possibilidade de crescimento. É o que precisa para a palavra mais importante de todas: investimento. Com ele, teremos muito mais capital aqui, o país cresce, a moeda se fortalece e o câmbio melhora.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente