Depois das eleições, quando vimos parte significativa da câmara de deputados e senado federal "oxigenados" com novos parlamentares, nos últimos dias presenciamos a manutenção da presidência do primeiro e renovação do segundo. Após horas e mais horas de tumulto e baixaria - nenhuma surpresa aqui - Renan Calheiros abandonou sua candidatura e o senador Davi Alcolumbre foi eleito com 42 votos de seus colegas.
A eleição de Alcolumbre para a presidência do Senado é positiva para o câmbio e para o país em geral, na nossa avaliação. Por um motivo bem simples: somando com a já anteriormente confirmada reeleição de Rodrigo Maia na câmara, também do DEM, partido aliado do novo Governo, Bolsonaro e sua equipe passam a ter mais chances nas votações importantíssimas que vêm pela frente no Congresso, principalmente: Aprovação de reformas, entre elas a da previdência. O otimisto de investidores estrangeiros pode aumentar, assim como o fluxo de capital rumo ao Brasil nos próximos dias. Resultado: com boas expectativas, podemos ver o câmbio em queda.
Ainda assim, observamos cautela nos dias subsequentes, uma vez que o dólar mantém-se praticamente estável em relação ao real. Euro e libra também. Conforme já falamos anteriormente, estamos chegando num ponto em que os preços especulativos das moedas estão saindo de cena por um tempo. Agora o mercado quer ação. Resultados. Ou seja, as reformas precisam passar e com regras rígidas. Somente assim devemos ter quedas bruscas e renovação de recordes na Bolsa.
"Mas Blog do Câmbio, qual a chance de vermos o dólar voltar a se aproximar dos 3 reais em 2019?"
Chance existe. Pequena, mas existe. Elencamos abaixo algumas condições para tornar esse "sonho" dos viajantes internacionais possível:
Reforma da Previdência passar e com regras muito duras, como inclusão dos militares perda de direitos adquiridos, só pra dar dois exemplos;
Reforma tributária (redução de impostos!), para incentivar investimentos pelo setor empresarial;
Reforma política, para reduzir o tamanho da máquina pública no futuro
Guerra comercial EUA x China acabar ou pelo menos ter um "cessar fogo" mais contundente;
EUA interromper o ciclo de alta de seus juros soberanos;
Inflação no Brasil controlada;
Resultados de PIB trimestral crescentes;
Como falamos... difícil, mas não impossível. No entanto, acreditamos que mesmo no melhor cenário, com câmbio derretendo e indo em direção ao patamar dos R$ 3, o Banco Central tentaria intervir para não prejudicar muito o setor exportador, segurando a moeda. Vemos como um preço justo e de equilíbrio a paridade BRL-USD entre 3.30 e 3.50.
Tenham todos uma boa semana!
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente