Nunca na história do Blog do Câmbio, desde sua criação em 2016, repetimos tantas vezes as mesmas três palavras: Reforma da Previdência. Alguns leitores já não devem aguentar mais ler sobre a mesma coisa. No entanto, os que sabem de sua importância entendem o motivo de tantos comentários, opiniões e alertas relacionados.
A Reforma da Previdência é essencial não apenas para vermos o dólar, um dia, quem sabe, voltar a se aproximar dos R$ 3,00, mas também para que o Brasil seja economicamente viável para as próximas gerações. Conforme reforçado pelo Porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros,
"Temos duas opções: ou aprovamos a Nova Previdência ou mergulhamos num buraco sem fundo. Ninguém quer isso.".
Concordamos. É por aí.
Mas quais são as chances dela acontecer? Após prisão de Temer e ofensas dos filhos de Bolsonaro a Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos deputados, este ameaçou deixar a articulação para conseguir os muitos votos necessários. Só isso já fez o câmbio disparar na última semana. Apenas pela ameaça de uma figura fundamental dizer que vai deixar de ajudar na votação para a reforma. Imaginem então se não acontecer reforma. Seria uma tragédia grega para os olhos do mercado financeiro e investidores estrangeiros. Além disso, PT, PSOL, PDT e PC do B já declararam oficialmente que são totalmente contra, sem provavelmente sequer ter lido o projeto.
Então, mesmo com um cenário tão difícil, por que ainda temos esperança? Por 2 motivos principais.
Paulo Guedes tem o respeito de todos os partidos e está sabendo se explicar sobre a importância do ajuste fiscal, de forma elegante conseguindo apavorar os contribuintes (e deputados) sobre o que pode acontecer com o país sem as mudanças propostas.
Bolsonaro, apesar de polêmico e as vezes em tom "bélico", está disposto de todas as maneiras a melhorar o clima com articuladores e até oposição para convencê-los a virarem aliados neste grande desafio.
Mas ninguém aqui é ingênuo! Sabemos bem que no jogo político, oposição e governo não vestem a mesma camiseta nem por questão de segurança nacional, infelizmente. Muito menos no Brasil. Mas a Reforma da Previdência é algo de tamanha importância para nosso futuro que, nela, talvez, no fim das contas, tenhamos bom senso da grande maioria dos envolvidos e a votação necessária seja conquistada. Com o objetivo atingido, estimamos que o dólar comercial termina o ano de 2019 abaixo de R$ 3.50 e a taxa de crescimento do PIB no período será surpreendente. Por outro lado, sem reforma, cremos na moeda norte-americana acima de R$ 4.00 com folga.
Tenham todos uma boa semana.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente