Conforme o mercado apostava, e nós também, a votação da Nova Presidência passou em 1º turno na câmara dos deputados, com ampla maioria, acima do esperado: 379 x 131. Motivo de comemoração para o governo, que demonstrou força no congresso. Seria também para os viajantes, que esperavam uma queda brusca no dólar, mas ela veio de forma moderada. Por quê?
Vemos 2 principais motivos:
1) Conforme já falamos em um boletim anterior para assinantes, ainda faltam algumas etapas para sacramentar as novas regras de previdência. Esta do plenário da câmara era a mais emblemática, a mais tensa e imprevisível. Passou, mas a "novela" ainda não chegou ao fim. Além disso, foram votados os "destaques", que reduziram um pouco a economia projetada para os próximos 10 anos. Antes: R$ 1 trilhão. Agora: R$ 900 bilhões
2) Rodrigo Maia, presidente da câmara, prometia votação em 2º turno para ANTES do recesso, que começa em 18 de Julho. Não conseguiu. Frustrou investidores. Com isso a expectativa para que o Senado vote ficou para setembro. Vejam, há ainda um longo caminho. Teoricamente menos complexo e imprevisível, mas longo.
Isso trouxe um pouco de cautela ao mercado e o reflexo está no câmbio: moedas em modo "stand by", com pouca volatilidade. Acreditamos que assim permanecerá até o fim do mês, salvo se notícias relevantes do exterior influenciarem. O Morgan Stanley anunciou hoje que está otimista para o preço do dólar ao final de 2019, algo em torno de 3.65. Relatório Focus do Banco Central ainda indica a 3.80 mas deve mudar em breve.
Nossa aposta é entre 3.50 e 3.60 em 31/12 se, e apenas se, a Reforma da Previdência passar em definitivo e com economia ainda próxima do R$ 1 trilhão para os próximos 10 anos. Vamos torcer para que o senado não forneça novos privilégios a setores específicos. Pelo contrário, torcer para que estados e municípios voltem ao texto. Aí sim, chances muito boas de queda para o câmbio no último trimestre do ano.
Tenham todos uma boa semana!
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente