Um dia aconteceria. No fundo, todos sabiam. E foi em 18/11/2019 que o dólar comercial renovou sua máxima histórica desde a criação do plano real, fechando a uma taxa nominal de 4.206, superando o preço de fechamento de 4.197 atingido em setembro de 2018. Pânico nos viajantes internacionais, em que reside fora e depende de rendimentos brasileiros. Festa nas empresas exportadoras!
Mas e agora? Está pavimentado o caminho para a divisa rumar aos R$ 5,00 ainda em 2019?
Pessimistas dizem que sim, otimistas dizem que não. Aqui consideramos essa chance remota.
Vamos primeiro à visão pessimista (não é a nossa): O acordo comercial entre EUA x China levará anos, ou nunca acontecerá de verdade, o que resultaria em uma recessão global muito em breve. Grandes players se protegem em dólar e ouro. Conflitos na America Latina vão piorar e devem contaminar o Brasil, principalmente porque agora temos Lula solto, tentando articular protestos semelhantes aos do Chile, segundo ele próprio declarou. Teríamos caos e greves gerais por todo o país. Falando no ex-presidente, se o congresso priorizar a PEC que visa prender condenados em 2a instância, atrasaria os novos projetos de reforma de Paulo Guedes, o que reduz o (já pequeno) desejo de investidores estrangeiros para o Brasil. Dólar continuaria seu ciclo de valorização mas sem encostar nos R$ 5,00. Talvez um R$ 4,50 até R$ 4,60.
Visão otimista (mais próxima da nossa): Teremos selado o acordo comercial até o final do ano, dólar perde força perante o mundo, países emergentes agradecem. Conflitos LATAM são contidos pelas autoridades, Opinião pública começa a perceber que Lula não tem mais a força política de outrora, comícios ficam vazios, discursos que não convencem, enquanto Bolsonaro, Paulo Guedes e Sergio Moro seguem trabalhando forte (ignorando ataques do ex-presidente) e apresentando números cada vez melhores. Novas reformas aprovadas, Novo leilão do pré-sal no primeiro semestre de 2020, dessa vez elaborado sem amadorismos, mais atrativo para os gringos. Com ofertas volumosas de petroleiras estrangeiras, enxurrada de dólares entra no Brasil, câmbio voltaria aos R$ 4,00 com facilidade.
Visão realista (a nossa): Donald Trump vai continuar "tuitando" idas e vindas sobre as negociações com a China, causando mistura de pânico e euforia constante no mercado. O homem adora prometer solução depois recuar. Algum acordo mais sólido somente em 2020. Conflitos LATAM devem perder força, mas não cessarão em Novembro, pois há uma greve geral convocada para o Chile dia 23. Lula ainda deve ter força para remobilizar a esquerda apesar de sindicatos agora mais fracos após reforma trabalhista (sem verba) o que reduz a chance de grandes protestos de oposição. Paulo Guedes deve conseguir aprovar novas reformas, mas para o segundo semestre de 2020. Não temos ainda como apostar se o próximo leilão do pré-sal obterá sucesso. Dólar ficará oscilando entre R$ 4,10 e 4,30 até o final do ano.
E aí, qual a sua expectativa para o último mês do ano? Participe da enquete acima. Você tem esperanças de dias melhores ou a melhor saída é o aeroporto, sem esquecer que morando fora o câmbio também irá prejudicá-lo?
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente